CONTINUAÇÃO - MONUMENTO À CIVILIZAÇÃO CONSUMISTA - parte 3

MONUMENTO À CIVILIZAÇÃO CONSUMISTA - parte 3


Chegou a hora de Deus Moloch dormir.
Ele já teve a sua ração de almas, de comprimidos
Desvitalizantes;
O vulcão vai parar de funcionar
A dor vai cessar
E com ela
Irá o trêmulo no olvido
Que capta o rumor mais íntimo da terra
Seus desejos mais recônditos
E sofre,
Porque seus olhos não enxergam
Nada no horizonte
Nada na imensidão marinha
Nada na planície infinita
Nada, nada, nada
Nem em telescópio
Nem em radioescuta.
 
O desejo deverá consumir-se em si mesmo
Criando buracos cada vez maiores
Nos intestinos.
 
Deus Moloch está satisfeito;
Há muito sangue ainda
E ainda muita carne
Para ele se fartar.
Eu te adoro Deus Moloch,
Tu és o meu íntimo
O meu Ser
A mola propulsora de minha vida
Preciso de ti acordado
Exigente
Pedindo rações
De pessoas
De coisas
De sonhos
Preciso muito de ti
Mesmo que me destruas.     (continua) 
 
                                   Nahman Armony                   
 
 


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