MENTE E CÉREBRO


Os animais, ou melhor, os mamíferos, têm uma inteligência instintiva modificada pelo ambiente. É uma inteligência inconsciente. Nós humanos também temos uma inteligência inconsciente, certamente herdada de nossos antepassados de quatro patas. Esta inteligência inconsciente circula por redes neurônicas próprias, que se ativam quando esta inteligência inconsciente funciona. É uma inteligência que funciona tendo como motor os afetos instintivos modificados pela competição, pela necessidade de sobrevivência, pela necessidade de conquista sexual, modificados, enfim, pelo que acontece no ambiente que o rodeia. É um raciocínio emocional e não um raciocínio lógico. Se lógica existe é uma lógica afetiva diferente de uma lógica da não contradição, pois a lógica afetiva admite o paradoxo.
Então, temos circuitos cerebrais por onde circula a inteligência emocional. Não somos conscientes destes processos. Nada, ou quase nada dele aparece para a nossa consciência. Um grande passo evolutivo foi a conquista de circuitos cerebrais que permitiram ao homem ver o resultado de seu funcionamento psíquico inconsciente. Ele se tornou consciente do resultado dos processos inconscientes, e também consciente dos próprios processos na medida em que estes novos circuitos permitiram a visão do que estava acontecendo no interior do cérebro. É como se o homem adquirisse um novo olho que podia olhar para o seu funcionamento cerebral e percebê-lo através do que chamamos de mente, de consciência. É possível então que pensamentos inconscientes provoquem o funcionamento de circuitos neuronais que permitem ver através de imagens e de abstrações o que está acontecendo a nível do pensamento inconsciente. Posso talvez afirmar que o que conseguimos é perceber de uma maneira consciente o resultado do trabalho inconsciente, pois certamente um circuito ativa o outro: o circuito consciente ativa o circuito inconsciente assim como o circuito inconsciente ativa o consciente. Temos então dois circuitos: um consciente e outro inconsciente que se cruzam e se ativam mutuamente. Importante dizer que o resultado do pensamento inconsciente leva um certo tempo (questão de milissegundos, acho) até chegar ao circuito consciente quando então torna-se possível a percepção do interior: posso perceber algumas de minhas emoções, ações, e pensamentos até então inconscientes.

                                                   Nahman Armony

ZELO OU CONTROLE?





Para algumas pessoas, o fato de o parceiro ou parceira não perguntar a todo momento para onde ele ou ela vai, não telefonar com freqüência ou não se interessar por detalhes de sua vida são atitudes percebidas como desinteresse ou mesmo falta de amor. Para outras, é o contrário. O monitoramento excessivo traz-lhes a sensação de privação de liberdade, desrespeito à privacidade, desconfiança quanto à fidelidade. Ambas as formas de agir -- e as reações por elas provocadas -- podem comprometer a relação. Porém, na maioria das vezes é possível relevá-las e viabilizar a convivência com elas, preservando o amor e a parceria.  
Precisamos nos voltar para a infância para melhor entender as forças em operação no psiquismo do adulto.
Ao nascer, o bebê imagina a mãe como parte de si e acredita que exerce controle absoluto sobre ela. Basta chorar que a mãe aparece para suprir sua necessidade. À medida que cresce, percebe que ela é uma criatura independente e que nem sempre responde com presteza ou nem mesmo atende às suas solicitações. Desesperada, temendo perder a mãe, a criança busca recuperar o controle refinando os procedimentos. Aos poucos, aprende quais ações são efetivas para conseguir o que deseja. Se antes lançava mão apenas do choro, agora usa a culpa, a amolação, a graciosidade, a chantagem emocional. Ao mesmo tempo, o afeto pela genitora vai crescendo. A preocupação com seu bem-estar, tranqüilidade e saúde ganha força. As perguntas “o que a mamãe está fazendo?”, “para onde ela foi?”, “com quem ela está?” têm os componentes de controle e afeto, além dos de curiosidade, aprendizado, identificação e certamente outros, mais sutis. Mas me interessa falar das duas correntes psíquicas postas em evidência mais acima: uma que deseja controlar e outra que deseja cuidar da mãe. A primeira está ligada ao medo de não sobreviver sem sua presença; a segunda, ao amor por ela. Ao amar a mãe, a criança sente-se reciprocamente amada. O controle começa a perder a razão de ser: uma mãe amorosa não vai abandoná-la ou negligenciá-la. O próprio amor se torna fator de segurança, dispensando o controle. Porém persiste o sentimento primitivo de que é o controle que faz a mãe aparecer e a mantém amarrada e atenta.   
Como somos herdeiros de nosso passado, nos mantemos em parte no registro do controle e em parte no do zelo; sem esquecer do natural desejo amoroso de participar de tudo que se refere ao amado e da curiosidade sobre suas atividades.
Alguns adultos aceitam o controle e o consideram, assim como ao ciúme intenso, intimamente ligado a ele, como provas de amor. Outros, porém, sentem-se sufocados, aprisionados e ofendidos com o mínimo de indagações sobre suas atividades. Estes só percebem o controle e não conseguem ver o aspecto de cuidado na atitude do outro, mesmo quando é predominante.
Desde que não haja fatores complicadores, a necessidade de controle vai sendo lapidada até se perder no amoroso desejo de acompanhar a vida do parceiro. O que persistir poderá ser carinhosamente aceito, a não ser que se tenha criado, por circunstâncias do desenvolvimento, uma ojeriza pela atitude fiscalizadora. Em geral, negocia-se um certo encaixe entre o medo de ser controlado de um e o desejo de controlar de outro. Se os aspectos de zelo do “querer saber” puderem ser percebidos e valorizados, e se o casal está disposto a desenvolver a relação em direção a um equilíbrio, o medo de ser controlado ou a idéia de que a falta de controle significa desamor podem ser minimizados, vindo a permitir uma convivência rica e gostosa. 

                        Nahman Armony

   Primeira publicação na revista CARAS


POEMAS PARA O MEU PAI

CONFISSÃO

                              

                            Eu morava em Além-Paraíba
                  Quando meu pai morreu.
                  Eu tinha apenas sete anos
                  Sete pequenos anos
                  E não sabia que meu pai podia morrer.
                  E hoje,
                  Ainda tenho sete anos
                  E um pai morto.

                  Que espantosa solidão...
                  A rua, o rio, a igreja...
                  Os filhos lá fora a se agitarem
                  Pequenas florações sequiosas de ternura
                  E aqui dentro
                  A secura.
                                                            Nahman Armony

HOLDING E INTERPRETAÇÃO: UM CONFRONTO


                               
Em um artigo apresentado na SPID em 1985 propus-me acompanhar a evolução histórica da clínica psicanalítica. Dele o que aqui nos interessa é a asserção de que em certo momento de sua trajetória, a psicanálise deslocou-se do eixo interpretativo para o covivencial. E o holding é parte do conjunto de ideias que compõem o conceito de covivência.  A afirmação de tal deslocamento foi uma ousadia, pois ia de encontro à centralidade da interpretação na psicanálise tão bem expressa na frase de Roudinesco-Plon que no “Dicionário da Psicanálise” escrevem: “a interpretação acha-se no cerne da doutrina e da técnica freudiana”, repetindo com outras palavras o que dizem Laplanche-Pontalis em seu “Vocabulário da Psicanalise”. Minha colocação anunciava uma mudança de paradigma o que criou grandes resistências nas hostes psicanalíticas. Acredito que o medo de perder as raízes da psicanálise foi um dos fatores da revolta indignada da maioria do auditório. De lá para cá houve muitas transformações na teoria e na abordagem psicanalítica. Portanto não será mais tão estranho ouvir-me dizer da possibilidade de usar qualquer um dos paradigmas ou uma composição deles como ativadores de nossa conduta psicanalítica adequada à situação clínica em curso. Darei dois exemplos clínicos para tornar meu pensamento mais carnal.
1ª. vinheta clínica: Meu analisando tem dificuldade de contar um acontecimento, mas por fim, decide fazê-lo. Depois de um período de hesitação fala de uma vitória sua após seu engajamento numa longa luta. Ao terminar de relatar o episódio honorável diz “eu não ia contar, mas contei”. Imediatamente me vem à mente uma decepção marcante em sua vida: ao passar no vestibular pretendeu fazer uma festa e o pai negou, pois o irmão tinha sido reprovado e ele, pai, não queria que o filho não aprovado se sentisse humilhado. Eu tinha a opção de interpretar comparando o episódio passado com seu pai à sua dificuldade de me contar sua vitória ou – e foi o que fiz – oferecer-lhe um holding que não havia tido. Falei então: “seu triunfo muito me alegrou e me deixou feliz”. Ele ficou emocionado a ponto de lhe virem lágrimas aos olhos. Permaneceu por um tempo quieto com as lágrimas escorrendo lenta e silenciosamente. Passado este tempo trouxe o assunto que pretendia examinar comigo.
         Neste exemplo colocou-se para mim a questão de ou dar holding ou uma interpretação. Uma coisa excluiria a outra. Mas os defensores da ubiquidade da interpretação no curar psicanalítico poderiam olhar minha intervenção de outro ponto de vista; ao expressar minha alegria por sua vitória eu estaria realizando um “ato interpretativo” que falava de um pai que o teria desconsiderado e diminuído. Seria, portanto, uma interpretação. Seria? Em minha opinião trata-se de uma desnecessária discussão acadêmica. Aqueles que consideram que as raízes da psicanálise só se mantêm preservando os termos originais alcunharão meu procedimento de “ato interpretativo”, defendendo esta ideia até a morte. Para aqueles que consideram mais conveniente marcar a diferença entre o anterior e o novo (no exemplo clínico acima o procedimento clássico será chamado de interpretação e o procedimento novo de vivência compartilhada ou covivência) é preferível usar as duas nomenclaturas, uma para cada procedimento clínico. Vale a pena citar aqui um trecho da carta que Winnicott escreveu para Melanie Klein em 17 de novembro de 1952 e que se encontra na p.31/32 do livro “O Gesto Espontâneo”: “Pessoalmente, acho que é muito importante que seu trabalho seja reafirmado por pessoas que façam descobertas à sua própria maneira e que apresentem o que descobrem na sua própria linguagem. É apenas desse modo que a linguagem será mantida viva. Se você estipular que no futuro apenas a sua linguagem seja usada para a afirmação das descobertas de outras pessoas, então a linguagem se torna uma linguagem morta, como já se tornou na sociedade”.
Em 1923 no ensaio “O Ego e o Id”, [na p.32,] Freud se pergunta “Como uma coisa se torna pré-consciente?” e responde: “Vinculando-se às representações verbais que lhe são correspondentes”. Na década anterior (1915 na seção “O Inconsciente”, [p.230]) ele já havia abordado esta questão quando escreve: “Agora parece que sabemos de imediato qual a diferença entre uma representação consciente e uma inconsciente.....a representação consciente abrange a representação da coisa mais a representação da palavra que pertence a ela, ao passo que a representação inconsciente é a representação da coisa apenas....Uma representação que não seja posta em palavras, ou um ato psíquico que não seja hipercatexizado, permanece a partir de então no Ics. em estado de repressão”. Trazendo estas ideias de Freud para a clínica meu entendimento é: quando o analista interpreta o que para o analisando parece exótico, absurdo, não faz sentido, mesmo assim, quando o analisando acredita no analista guarda o dito como representação de palavra em sua mente, porém sem ligá-lo à realidade-coisa. No trabalho psicanalítico de elaboração, a representação consciente de palavra aproxima-se da representação inconsciente de coisa até estabelecerem um liame quando então ocorre o verdadeiro conhecimento, um insight. Transpondo para a terminologia de Winnicott: na situação em que mente-corpo-psique não estão integrados, a interpretação pertence ao campo do mental (intelectual); mas quando mente-soma-psique estão integrados mesmo a interpretação clássica provoca uma comoção no verdadeiro self. Na vinheta acima relatada, uma interpretação clássica teria, naquela situação, o efeito de dissociar a mente do psiquessoma, o que foi evitado quando me engajei por inteiro na experiência plena da situação que estava sendo vivida. Minha intervenção atingiu em cheio o campo experiencial tendo por isso mesmo um efeito imediato, poderoso e, ousaria acrescentar, mais duradouro.  
 Bleger faz uma distinção entre interpretação clivada e interpretação não-clivada. Na não-clivada o terapeuta estaria lidando com um núcleo aglutinado ainda não discriminado: portanto a referência é uma situação primitiva inicial de indiscriminação como é a fusão mãe-bebê desta fase. Nesta situação o analisando não entenderia e nada ouviria que representasse uma exclusão do analista da experiência vivida em união. Não caberia uma interpretação clivada, aquela que distingue uma figura do passado da figura presente do terapeuta. Na interpretação (que prefiro chamar de intervenção) não clivada o analista responde vivencialmente ao que está sendo experienciado pelo par terapêutico. O analista é evocado como Personificação Imaginária operando no nível subjetivo.
Os conceitos de relação de objeto e uso de objeto de Winnicott também nos servem para distinguir o comportamento vivencial do comportamento interpretativo. Na relação de objeto o analista não é visto na sua realidade pessoal; ele pertence ao mundo interno do analisando e não conseguirá ser percebido como um interlocutor externo. Suas intervenções serão sentidas como parte da dinâmica de suas relações com as Personificações Imaginárias e não de sua relação com uma pessoa real. Será preciso que se acrescente ao analista como Personificação Imaginária pitadas crescentes de Realidade para que o analista possa ser usado como uma pessoa externa, fora do controle onipotente do analisando. Este é um processo transicional em que se acrescenta o objetivamente percebido ao que era exclusivamente subjetivamente concebido. É quando a interpretação transmite uma maior convicção e vigor, pois ela é ao mesmo tempo compreendida e vivida. Com um analisando que já esteja vivendo num campo transicional, dependendo do contexto, tanto poderá funcionar o comportamento interpretativo quanto um comportamento co-vivencial. A pergunta que agora coloco é a seguinte: seria necessário estar consciente da própria dinâmica para manter o ganho vivencial? Ou mesmo sem ter uma consciência desta dinâmica o ganho igualmente se manteria? Em outras palavras: a interpretação é sempre necessária ou bastam as transformações advindas daquilo que é vivido entre duas pessoas? Eu me inclino para a ideia de que a conscientização pode fortalecer o ganho vivencial, mas que nem sempre é necessária (nem mesmo possível) para manter o jogo de transformações.
Comecei distinguindo claramente holding (como parte do comportamento covivencial) do comportamento interpretativo, mas logo apareceram relações que aproximam estes dois conceitos. A vida não aceita as dicotomias, as separações claras, distintas e absolutas que colocamos em nossas teorias, pois é ela demasiadamente complexa, sinuosa, criativa, surpreendente. Para tentar dar conta dessa riqueza será necessário, após realizar o trabalho de clarificação iluminista e socrático-platônica dos conceitos, misturá-los, entrelaçá-los, tentar dar conta semântica de seus atravessamentos. A isto poderíamos dar o nome de transconceituação a exemplo do conceito de transdisciplinaridade. Mas isto me soa como excessivo e pretensioso. Talvez fosse melhor falar de paradoxo em que duas orientações que na dicotomia cartesiana seriam opostas, se atravessam e se transformam em uma unidade quando olhadas de uma perspectiva holística. Darei um exemplo clínico em que apresentarei uma interpretação dada em ambiente de holding em fase de dependência relativa, com o analista e o analisando transitando no espaço transicional; o analista está por um lado ungido pelo analisando como Personificação Subjetiva (subjetivamente concebido), mas também visto na sua realidade humana (objetivamente percebido). Vamos à vinheta:
2ª vinheta clínica: Jota me cumprimenta da maneira habitual (gentilmente) e pela primeira vez apossa-se de duas almofadas nas quais se recosta. Fica longo tempo em silêncio. Finalmente diz que há algo de estranho.... o quê? Não sei... o silêncio... Conta um sonho que interpreto como indicativo de assimilação, estranheza e aceitação surpresa do modo de atuação psicanalítica que venho adotando: esquadrinhar os fatos indo às minúcias dos acontecimentos. É um sonho prazeroso em que a investigação finamente pormenorizada é bem-vinda. Faço então perguntas sobre um acontecimento relatado na sessão anterior: sua relação amorosa com uma mulher que conhece há muitos anos e com quem teve intimidade sexual por um período de tempo. Reencontrou-a há poucos meses (no máximo dois) e estabeleceram uma relação afetiva em que toda noite, convidado por ela ia à sua casa. Assistiam juntos a um filme, não se tocavam e iam dormir em quartos separados. De repente ela deixou de convidá-lo e de atender aos seus telefonemas. Pergunto o que havia acontecido, ou o que havia mudado. Nada, não sabe.  Todos estes pormenores são conseguidos à custa de muitas perguntas. O interrogatório continua. Consigo então saber que na última noite em que esteve com ela levantou-se para dormir antes do filme terminar. Este gesto deu-lhe uma grande e prazerosa sensação de liberdade. Continuando meu inquérito soube que foi a primeira vez que a deixou sozinha vendo um filme muito embora alguns dos anteriores também não lhe interessassem. Quando lhe perguntei por que não tinha na ocasião se retirado responde que o filme o estava prendendo, resposta que é exemplar quanto a seu modo de lidar com seus sentimentos, evitando dirigi-los para seu destinatário humano através de um deslocamento para objetos indiferentes. Finalmente transmito para ele minha hipótese interpretativa: o que estaria tirando a sua liberdade seria a força atribuída ao desejo da companheira, pois ele se sentia compelido a ficar a seu lado vendo um filme que o estava entediando. Até então ele tinha atendido a este anseio. Quando finalmente realizou um ato de rompimento da simbiose escravizadora, ela o dispensou, pois o que ela necessitava era de uma pessoa submissa ao seu desejo. Diante desta interpretação o rosto de Jota, até então impassivelmente simpático e bondoso, se entristeceu. Ficou longo tempo de cabeça baixa com uma expressão de sofrimento. Passou-se algum tempo e ele, já recomposto e semi-sorridente, perguntou como eu estava me sentindo na sua presença. Respondi que estava sentindo simpatia por ele e perguntei como ele estava se sentindo. Relaxado e aliviado, foi a resposta. Não soube dizer por quê. Eu então fiz um breve retrospecto dos acontecimentos dinâmicos ocorridos na sua relação com a companheira e acrescentei que seu relaxamento e alívio teriam a ver com a possibilidade que ele tinha tido de sentir tristeza por um acontecimento tormentoso.
Comentário: se eu tivesse dado esta interpretação anos atrás ela provavelmente não repercutiria em seu psiquismo. Ela só pode tocá-lo por termos desenvolvido um ambiente de holding, um holding que chamo de transicional, pois ao mesmo tempo em que ele se sentia sustentado, aceito, acolhido, não deixava de me perceber como um ente distinto dele, com minhas mazelas, qualidades, defeitos, etc.

Há outros entrelaçamentos e atravessamentos possíveis dos conceitos de holding e de interpretação que deixarei para uma próxima vez.  
                                             Nahman Armony