ATORES: 1- HOMEM CASADO PELA 2a. VEZ COM UM FILHO DO PRIMEIRO CASAMENTO. 2- ESPOSA ATUAL 3- EX-ESPOSA.
Esta é uma configuração problemática.
Se uma simples relação amorosa não complicada por fatores extras já traz
problemas relacionais ---- considerando-se a dinâmica de cada um e o encontro
destas dinâmicas ----- imagine-se então uma relação amorosa sobrecarregada pela
presença de uma ex-esposa presente na figura de um filho que deverá estar
periodicamente com o pai e com sua nova esposa. Em primeiro lugar a criança é
para a nova esposa, a representação viva da ex-mulher e isto criará uma
atmosfera de desconforto, por mais que as atitudes tomadas sejam
adequadas. A necessidade de comunicação entre o marido e a ex-esposa é outra
fonte de perturbação. Estará ele dando atenção exagerada à ex-esposa? Seu tom
de voz não está demasiadamente meloso? Não cede ele um espaço excessivo à ex em
detrimento do espaço da atual? Não estará ele sendo dominado pela grande
inimiga (a ex) numa dominação que repercute nas relações maritais?
O confronto muitas vezes se faz
diretamente entre marido e esposa com questionamentos racionais e irracionais.
Em outras ocasiões o confronto é feito através do filho do primeiro casamento. “Ele
está malvestido. A ex cuida mal dele e sou eu --- a esposa atual --- quem tem
de corrigi-la. Ele está sendo mal-educado e sou eu quem tem de sofrer as
consequências disto. Ela usa a criança para te manipular atrapalhando as nossas
atividades.”
No início o mal-estar despertado pela
criança na esposa atual aparece como confuso, não sabendo ela discriminar a mistura
de sentimentos que a criança desperta. Aos poucos ela vai discriminando os
diversos sentimentos e passa a poder trabalhar com eles. Entre estes está o de
ciúme da criança com o marido. Ela quer ser a única e exclusiva para o marido,
mas ele tem também o filho a quem dá boa parte de sua atenção. Nesta situação a
esposa, sem ter consciência disto, reivindica um atendimento de pai e mesmo de
mãe do marido. É claro que isto vem disfarçado por racionalizações de uma
lógica adulta, racionalização esta que esconde o desejo infantil inconsciente
de fusão e simbiose. Enfim, é preciso lidar com esse quadrilátero potencialmente explosivo com muita cautela: distinguir fantasia de realidade; não se deixar levar por excessos de emoção que podem levar ao cometimento de atos exagerados e mesmo perigosos, à impermeabilidade de comunicação e à radicalidade.
Nahman Armony
Nahman Armony
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