PEQUENA HISTÓRIA DE AMOR

Aberto em dunas
Orvalhado em sais
Duros muros de cristais
Brilhantes, alucinantes
Olhos diamantes em choro cego
Granizo ponteagudo
Ferindo carnes
Bálsamo invertido
Dardos diáfanos
Penetrando espaços
Desfazendo laços
Violando intimidades
Alvos esquivos

A flecha dor-amor
A ferida-vida
O sim-não.

Dá-me, Senhor
Doi-me, Senhor
Doi-me muito, doi-me tanto,
Doai-me todo, Senhor.

O branco, o azul
A cor.
O berço-zero
O Descanso
O Remanso
A rua interna, o som da terra;
Devagar a vida recomeça
O seu eterno recomeçar.

A lua branca
       Platinada?
       Imobilizada?
       Aprisionada?

O realejo repete o canto de amor
Antigo como a velha dor.
A vida vai começar? Recomeçar?
Por onde?
Como?

Espectador em um cinema 
Faço suspense.

                            Nahman Armony 

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