DAMAS DA NOITE

   Estranhas flores brancas, cândidas alvuras na cerrada mata, despudoradas sereias abrem corolas em perfumes para todos os narizes, leigos, fracassados, sábios, ignaros, alongadas hastes na verde floresta erguem-se frágeis pendentes por sobre o verde abertas em soluço despreparadas sementes despudoradas mulheres envolvem braços, coxas, ateneias, apolos, sem tempo de deixar escorrer nada mais que o tempo que roda, salta, acelera, para, suspira além do além, alongados braços suplicantes, delgadas hastes de cabeças pendidas a olhar o verde abaixo, desesperado fermento, bruma cerração sereias sirenes invadem lares, coração, mentes, pulmões, sem distinção de sexo, valor, riqueza, todos os olhos choram estranhas formas perdidas na verde mata almas penadas de seres infelizes em culpa, tempo parado na floresta verde aprisionado no perfume, altas árvores majestosas acima muito acima - e as pobres hastes frágeis pendentes choram fragrâncias por sobre o jamais visto azul do céu nas folhas abaixo, despudoradas putas penetram narizes, casas, pulmões, mentes,preconceitos, subvertem cidades, bagunçam coretos vingam-se ---- pobres almas virgens fracassadas jamais tocadas sufocadas no eterno verde da luxúria... 

                                                             Nahman Armony

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