Que falar dos 75 anos de minha mãe
Que não seja piegas, chavão,
lugar-comum?
Quantas heroínas já não foram
cantadas
Por
seus feitos
Sacrifícios
Renúncias?
Quantas vidas não foram gastas
Numa dura luta contra um destino
Demente?
E quantas não tiveram exaltadas
A
abnegação
A coragem
E
acima de tudo
A dedicação maior
O esquecimento de
si mesmas?
Mas nada disto importa
Não importam as heroínas
Nem
os heroísmos
Importa a
Minha
mãe
Aquela que me deu o amor que pôde
No tempo roubado às lutas
Aquela que me deu o pão possível
A roupa necessária
A escola sofrida
As heroínas existem em livros
nos
mitos
nas
lendas
Minha mãe é real
Está aqui
Hoje
Nos seus setenta e cinco anos de
uma vida profícua
De mais realizações que ela
própria imagina
Está aqui
Modestamente
Pensando que não merece esta
homenagem
Mas também sabendo
Que qualquer festa é nada
É demais
Diante de uma vida setenta e
cinco anos vivida.
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