UMA VALSA DUVIDOSA


PARA ODETTE, MINHA AMADA

 

A questão é dançar a Grande Valsa

Nos salões iluminados

Nos porões obscuros

Nos palcos estrelados

Nos lúgubres pântanos

No necrotério, no cemitério

Arrastando vida e morte

Alegria e tristeza para um só lugar

Onde La Valse infla, incha, engorda, obesida

Alimentada pelos dejetos e jetos

Pelos gestos e restos

Pelos desertos e florestas

Pelas ações e razões

Pela alegria epifânica

E pela tristeza pungente

Em suas metamorfoses.

 

Contos dos bosques de Viena

Valsa triste, Valsa das flores, Velho realejo

Valsas de esquina

A fantástica La Valse de Ravel...

 

Todo o Cosmos valsando seus brotos de alegria perdida

Atônita, Atômica, Hidrogênica

Explosiva...  

 

                                       Nahman Armony

                                                           Fev. 2017
U

Um comentário: