O mundo em aberto
Mas já tão fechado em tantas coisas
Que não podem ser feitas
Que não podem ser ditas
Acabou papai?
É só isto?
Como responder
Se estou cego em Caza?
A lingua que antipatiza
Com os 'tes' e os 'des'...
Onde aquela menina
Toda esperança?
Aquela flor sábia
Que conhecia o botão das coisas?
Último desabrochar de meu devaneio
Eu quis fazer um poema para você
Cheio de brilho
Um poema alegre, luminoso
Absoluto
Como o clarão de uma explosão universal
Mas eu me demorei muito
Demorei-me tanto
Que não tive tempo de imobilizá-la
Na perfeição desejada.
Oh criança
Meu coração está magoado
Magoado comigo
Que sou absolutamente exigente
Que não corri mais que o tempo
Para fixar na minha memória
A criança de meus sonhos.
Magoado com você
Que não é o dedo mindinho de Deus.
Eu te amo, minha pequena
Com seus caprichos e temores
Com suas teimas e ternuras
Eu te amo
E sinto que és não só
A criança que és
Mas também o meu sonho
Ao mesmo tempo
Intacto e Transfigurado.
Nahman Armony
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