Oh sereia de canto
constante
O que queres de um
pobre mortal?
Oh sereia de voz
cariciante
De que é feito teu
canto fatal?
Oh sereia de oceanos
distantes
Que um dia se pôs a
cismar
E na cisma chorou
delirante
O delírio de um sonho
de mar
Oh sereia de voz
penetrante
O que queres no mundo
encontrar
Por que matas tu
quedas amante
Que tesouros
pretendes achar?
O que veem teus olhos
brilhantes
Por que tiras com
jeito de dar?
Oh sereia me deixa
feirante
Oh sereia me deixa
ficar
Oh sereia
de canto constante
Que seduz com o som
de ninar
De onde vens, o que queres da terra
Se tu és criatura do
mar?
Oh sereia de embalo
dolente
Por favor, eu preciso
ficar
Leve a luz de seus
olhos poentes
E procure outro mundo
encantar
Oh serei miragem
atenta
Que intenta no mundo
existir
O que és, um reflexo
vazio
Desvario a querer
persistir?
Se tu crês no teu mundo
encantado
Não pretendas pra lá me
arrastar
Já conheço a dor do exilado
Já não posso esse sonho
sonhar
Oh sereia
de mundos distantes
Eu bem sei que tu
queres doar
Teu delírio, ilusão
obsedante
Oh sereia, adeus, nunca
mais.
,
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