Poema do Amor Universal

Nahman Armony

Eu amo
E o amor me purifica
Devolve os meus demônios
Para as milenárias gavetas embutidas no afastado do meu crânio
Libertam o meu sentir de assombrações
Que brincam muito a sério de me assustar.

Eu amo
E ao amar
Posso amar mais ainda
Posso estender o meu amor em comprimento e profundidade
Sem deixar de amar a quem amo
Fonte e luz de tanto amor.

Que milagre é este?
Como pôde o mundo assim mudar?
Como encontrei o meu lugar?
Só com o ato de me dar
Ao amor?
Só com o amor entrar docemente
E docemente se aninhar
Na sua velha morada?


Eu amo
E o amor me transforma
Em fonte de mais amor
Fonte de tanto amor
Que posso envolver meus e alheios demônios
Transformando-os numa agridoce corrente de vida
Fluida, palpitante, responsiva.

É um milagre
É uma transformação
É o verso da vida a nos banhar
Criando fontes de amor
Em multiplicação infinita.

Onde começa tudo?
Onde tudo termina?

Para que saber?
Tenho medo de perder este amor
Que está em mim
Que está em você
Mas que também está
No fulgor dos reinados
Efígie jamais decifrada.

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